sexta-feira, 15 de março de 2013

Apneia do sono: muito além do ronco


Uma boa noite de sono é essencial para que o organismo possa exercer suas atividades com eficiência. No entanto, levantamento do Instituto do Sono da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) aponta que 42% dos paulistanos queixam-se de roncar pelo menos três vezes por semana. E mais que um incômodo sonoro para quem dorme, o ronco pode ser também sintoma de problemas mais graves como a apneia obstrutiva do sono (AOS). 

O cirurgião buco-maxilo-facial José Flávio Torezan explica que as causas da apneia do sono são variadas, e vão desde excesso de tecido nas vias aéreas, amígdala ou língua avantajada, até o relaxamento dos músculos das vias aéreas, passagens nasais ou a posição da mandíbula. 

DIAGNOSTICANDO SAOS
Aqueles que sofrem de SAOS (Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono) geralmente não têm consciência de sua condição e pensam que dormem bem. Os sintomas que costumam levar esses indivíduos a buscar ajuda, são sonolência diurna, queixas de ronco e pausas respiratórias observadas pelos seus parceiros. Entre os sintomas, estão:

· Roncos com pausas respiratórias (apneia)
· Sonolência diurna
· Respiração ofegante ou asfixia durante o sono
· Sono agitado
· Confusão mental
· Dificuldade em se concentrar
· Perdas de memória
· Irritabilidade
· Pressão alta
· Dor no peito durante a noite
· Depressão
· Dor de cabeça ao amanhecer
· Redução da libido
· Idas frequentes ao banheiro para urinar durante a noite  

Torezan alerta que, apesar das causas comuns, é preciso levar em consideração as características específicas de cada paciente para orientá-lo ao tratamento mais adequado. Ele conta que em algumas situações apenas a mudança de hábitos de vida já podem reduzir os sintomas da AOS. “Perder peso, variar a posição de dormir, não ingerir álcool, cafeína ou refeições pesadas até duas horas antes de dormir são medidas simples, mas que para muitos casos surtem bons resultados”, aponta. O cirurgião lembra também que existem aparelhos para o controle das vias respiratórias como CPAP e BIPAP, além de aplicações orais, que podem contribuir para a melhora da qualidade de vida. 

Para os casos em que há indicação cirúrgica, o especialista esclarece que existem quatro tipos de cirurgia buco-maxilo-faciais:  

*Cirurgia do palato mole das vias aéreas superiores: se a obstrução aérea é causada pelo palato mole, é possível realizar uma uvulopalatofaringoplastia, que consiste em remover parcialmente a úvula e reduzir a borda do palato mole.

*Avanço do genioglosso: se a obstrução se dá pelo deslocamento da língua, pode ser realizada cirurgia para encurtar o tendão frontal da língua. Esta atividade geralmente é realizada em conjunto com a uvulopalatofaringoplastia ou a suspensão da hioide.

*Suspensão do hioide: o bloqueio da via aérea também pode ser causada pela base da língua. O osso do hioide, que normalmente fica acima da tireoide, é deslocado e preso à cartilagem da tireoide (pomo de Adão), ajudando a estabilizar a região da via aérea. 

*Avanço maxilomandibular: procedimento similar à cirurgia ortognática, mas com o objetivo de expandir as vias aéreas. Porém, é mais invasiva e de recuperação mais demorada, porém mais efetiva. A cirurgia avança tanto o maxilar quanto a mandíbula, aumentando a via aérea. 
 
Fonte: José Flávio Torezan
Plena Mulher

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