domingo, 27 de maio de 2012

O SOL ... A LUA !

Quando te conheci, ainda mesmo antes de te ver, antes de qualquer reconhecimento físico, a minha alma e a tua encontraram-se, reconheceram-se, e logo ali, naquela fracção de segundos, eu soube: - tu eras quem sempre desejei e quis. Logo nas nossas primeiras trocas de impressões percebemos o tanto que nos unia, chegava a ser assustadoramente excitante, deixava borboletas na barriga, e uma ansiedade sempre por mais notícias, novo contacto, o coração batia acelerado a cada segundo que passava e o sorriso não se continha, e os olhos marejavam de emoção. Questionei-me: poderá existir de facto esta pessoa que sinto como parte de mim, de dentro de mim!?

Partilhaste comigo estas mesmas emoções como sendo tuas também. A tua felicidade de teres encontrado alguém assim, como dizias, alguém que te fazia sentir vivo. Numa determinada altura da nossa partilha perguntei-te se acreditavas em almas gémeas, e como não podia deixar de ser, disseste de imediato que já tinhas pensado nisso. Será? Era a pergunta que ecoava nas nossas mentes.

Ao primeiro contacto físico, o inexplicável tornou-se ainda mais inexplicável, quando sentimos o chão fugir debaixo dos nossos pés enquanto os nossos braços se envolviam num abraço em que de dois corpos se fez apenas um, e as nossas almas rejubilavam de alegria. Lembras-te, meu amor, do nosso primeiro abraço, feito de emoção, de ansiedade… de amor!? Não digas nada, eu sei que haja o que houver, todas estas sensações foram vividas da mesma forma por ambos, um homem, uma mulher… A nossa entrega foi tão corpo e alma, a paz que alcançamos juntos tão imensa, os voos que voei nas tuas asas tão sublimes, que tentar transformar em palavras estas emoções fica por demais difícil. Resta-me o consolo de ter a certeza de que tu entendes tão bem o que digo.

Admiro-te por quem és, sinto que me completas, existe uma paz sempre que estás presente, e que desaparece gradualmente, à medida que te afastas e só regressa com o teu regresso. Acredito, que em vidas passadas nós já nos tivéssemos cruzado, lembras-te de me dizeres que já conhecias os meus lábios? Imaginas a intensidade da emoção que tomou conta de mim nesse momento? Para muitos poderão ser só palavras, e tu já me disseste tantas de fazer a alma quase rebentar de tão cheia… mas para mim não são apenas palavras, reconheço-as na autenticidade de quem as diz como se viessem de dentro de mim.


Mentiria se dissesse que nunca antes me tinha sucedido algo parecido. Parecido sim, igual não. Sempre te disse que achava que um novo amor nunca apagava os amores anteriores, eles existiram sim, falei-te sobre todos eles, da mesma forma que me partilhaste a tua vida, não retirei ponta da importância que todos os meus amores tiveram na construção desta pessoa que sou hoje, tão pouco te omiti tudo o que tinha acontecido na minha anterior “experiência”. E porque não igual? Porque contigo eu senti que era possível, as nossas sintonias eram mais evidentes ainda, e a nossa circunstância, pensava eu, mais propícia, a felicidade estava ali e só dependia de nós para ser vivida, e eu queria… tanto…

Queria poder viver-te e partilhar contigo tudo de mim, quem sabe um dia construirmos os nossos sonhos juntos, perseguirmos a sua realização, e chorarmos abraçados a cada tentativa inglória, e pularmos de alegria juntos a cada vitória, mas sempre juntos, de mãos dadas, principalmente nas encruzilhadas. Ser o teu abrigo quando te sentisses triste, dar-te o meu colo sempre que mo pedisses, ou adivinhar-te o desejo mesmo sem que falasses, e estar sempre, mas sempre do teu lado, nem um passo à frente, nem um passo atrás, ao longo do caminho de que a vida se faz.


Porém, não havia de ser assim a realidade, pois pouco tempo demorou até que me confessasses do improvável de que os nossos desejos se concretizassem. Não entendi, se os desejos são de ambos e na mesma medida, nada poderia existir que pudesse impedir a sua realização. Ainda hoje penso assim…
Tu falas, eu escuto sempre com alma e coração abertos. Eu falo, tu escutas da mesma forma, e acenas-me com a cabeça em sinal de concordância. No entanto o teu olhar entristece, e cai, e eu contenho as lágrimas que não quero chorar, e ficamos assim, abraçados, sentindo apenas, que haja o que houver… Estamos juntos! Não há lugar para cobranças, apesar de todos os sentimentos menos bons que muitas vezes me assaltam mas que o Amor que existe em mim acaba por conseguir debelar.

Hoje, quando penso, comparo-nos ao Sol e à Lua.

Tu és o Sol. Homem, forte, tenaz, sofredor convicto mas firme. Irradias calor e beleza de uma forma tão especial, tão única.

Eu sou a Lua. Mulher, tenho fases. Sou frágil e forte, sou alegre e triste, também tenho a minha beleza, ainda que de uma forma diferente.


Sinto-te minha alma gémea e tenho tantas certezas quantas dúvidas existem em ti. Compreendo que possamos estar em estádios diferentes de evolução e possivelmente não será possível cumprirmo-nos como tal, ou talvez sim.

O Sol e a Lua também são almas gémeas. Li um dia, que viviam juntos quando tudo começou, mas que Deus entendeu de que se deviam separar para cada qual cumprir o seu papel. A Lua ficou tão, mas tão desolada, que Deus achou por bem criar as estrelas para lhe fazerem companhia e para que a Lua deixasse de chorar, mas ainda assim ela permanecia triste. O Sol, embora sofresse bastante, era mais forte e intercedia sempre por ela junto de Deus. Então Deus criou o eclipse, esse raro e belo momento em que Sol e Lua se unem e se amam intensamente, de tal forma que nunca se deve olhar um eclipse à vista desarmada, tal a intensidade do brilho.

Assim são os nossos momentos, como um eclipse. Únicos, intensos, de um brilho como não há igual.
Eu continuo triste em alguns dias, alegre noutros, mas viva em todos! A tua força dá-me força, e o nosso amor é consciente e único, e se for este o meu papel nesta vida, cumpro-o feliz, pagando o preço de alguma ilusão sobre uma próxima vida...

TU SOL ... EU LUA

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